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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Carlos Veiga: “Marasmo económico é culpa do Governo”





A situação económica do país não se deve à crise internacional, mas sim à actuação do executivo liderado por José Maria Neves. A acusação é de Carlos Veiga, que apresentou esta noite, 6 de Agosto, no Mindelo, a sua candidatura à liderança do MpD.

Segundo o antigo primeiro-ministro, a economia de Cabo Verde já dava "sinais negativos" antes da recessão mundial. Actualmente, "estamos parados, estagnados", lamentou Carlos Veiga.

A previsão de 3 por cento para o crescimento em 2009 "não chega. Para atingir esse valor bastam as remessas dos nossos emigrantes", defendeu. Para o economista, o Governo do PAICV "só tem como objectivo encher o cofre do Estado, com taxas e impostos que sufocam as empresas e as famílias".

Por outro lado, Carlos Veiga voltou a sublinhar: "a minha candidatura não é contra ninguém, muito menos contra o Dr. Jorge Santos". O actual presidente do MpD foi elogiado como "corajoso, determinado e trabalhador.

O candidato à liderança ventoinha reiterou: "quero contar com ele para vencer os próximos desafios". Carlos Veiga mostrou-se muito confiante quanto às eleições de 2011 e considerou uma vitória do MpD como "altamente provável, embora vá exigir muito trabalho".

domingo, 2 de agosto de 2009

DISCURSO DE ABERTURA DO DEBATE SOBRE O ESTADO DA NAÇÃO DE S. EXª O SENHOR DEPUTADO E PRESIDENTE DO MPD, ENGº JORGE SANTOS


Quarta-feira, 29 de Julho de 2009



Senhor Presidente da Assembleia Nacional,
Senhor Primeiro-Ministro
Senhoras e Senhores Deputados,
Senhores Membros do Governo,


Este é o penúltimo debate sobre o Estado da Nação desta legislatura. De novo um Primeiro-Ministro e um Governo a repetirem discursos dos últimos anos, mas sem resultados concretos: No último estado da Nação V. Excia fez exactamente o mesmo discurso. Mais do mesmo.

Neste debate sobre o Estado da Nação temos de novo um Primeiro-ministro e um Governo que se mostram cansados, esgotados, sem ideias a virem dizer a este parlamento que, afinal, já nem tudo está bem, mas que a culpa é da crise económica e financeira internacional, enfim que a culpa é dos outros;

O Governo proclamou na altura, aos quatro ventos, que o país estaria preparado para enfrentar a crise. Mas a realidade infelizmente é bem diferente. Afinal, foi propaganda e é falso que tenha havido blindagem porque o país está a viver uma profunda crise económica e social. Afinal o país é extremamente vulnerável e o governo induziu em erro as famílias e as empresas.

Caros Deputados

Insisto uma vez mais, que este é um governo fraco que há muito desistiu de governar com políticas, para passar a fazer a vez de empreiteiro. Não há políticas nem respostas para os domínios fundamentais que fazem progredir qualquer país: a justiça, a segurança, a administração pública, a regulação e um ambiente de negócios e social propício ao desenvolvimento. Não há políticas e nem respostas para o grande flagelo nacional que é o desemprego.

O Primeiro-ministro utiliza uma cassete riscada que repete sistematicamente, em tom de propaganda: portos, aeroportos, estradas, como se a governação fosse apenas a arte de adjudicação directa de obras, ou a simulação de concursos públicos, fraudulentos, para beneficiar meia dúzia de empresas estrangeiras, quando o sector da construção civil nacional passa por uma das maiores crises dos últimos anos.

Senhor Primeiro-Ministro, o MPD tem um entendimento diferente. As infraestruturas são um instrumento e não a finalidade de uma governação. O esforço de infraestruturação é positivo quando ele contribui para o aumento do ritmo de crescimento económico e da criação de empregos.

A infraestruturação é igualmente importante quando atende e respeita escrupulosamente às prioridades do desenvolvimento Nacional e não à expedientes pouco claros e de favoritismos a Empreiteiros amigos do regime e de Empresas pertencentes a altas personalidades do sistema de governo do PAICV.

Isto quer dizer, senhor Primeiro Ministro, que faltam-lhe políticas:
- Faltam políticas de apoio às empresas do país na área do turismo e da imobiliária turística, face à crise internacional;

- Faltam políticas para a dinamização do tecido empresarial nacional, particularmente a nível das micro, pequenas e médias empresas;
- Faltam políticas para dinamizar a oferta ao turismo de produtos nacionais nas áreas da agricultura, das pescas, da indústria, da cultura, do artesanato, da restauração e do comércio;
- Faltam políticas para o aproveitamento e a canalização da capacidade empreendedora das mulheres e jovens deste país para a produção de bens e serviços de qualidade;
- Faltam políticas que orientem o nosso sistema educativo e de formação profissional para a qualidade e excelência e para a oferta de recursos humanos qualificados, em função das necessidades actuais e futuras do mercado, da inovação e do desenvolvimento do Pais;
- Faltam políticas que criem oportunidades de emprego à nossa juventude que se depara com uma taxa de desemprego superior a 30%;
- Faltam políticas sociais e económicas que reduzam efectivamente a pobreza e criem maiores oportunidades às famílias;
- Faltam políticas de aproveitamento das potencialidades de cada uma das ilhas e de redução das assimetrias regionais;
- Faltam politicas e comportamentos do poder que criem um ambiente legal e institucional competente, de confiança e favorável ao investimento privado, nacional e estrangeiro;

- Falta uma politica de segurança que garanta a segurança e tranquilidade das pessoas e seus bens, combata a criminalidade organizada e prestigie as forças de segurança;

- Falta uma politica energética que garanta a todos em todas as ilhas energia de qualidade e a preços acessíveis aproveitando as fontes alternativas que Cabo Verde possui em quantidade suficiente.

Faltam também reformas a este Governo, que não foi capaz de desenvolver, actualizar ou adaptar aos novos tempos e desafios absolutamente nada do que encontrou e vem deixando deteriorar-se e agravar-se a ineficiência do sistema.

- Falta a reforma de um Estado que está a engordar e a tornar-se cada vez mais partidarizado, incompetente e ineficiente;

- Falta o aprofundamento da descentralização e a regionalização do país;

- Falta a reforma da justiça;

- Falta a reforma fiscal que alivie as famílias e empresas do fardo tributário cada vez mais pesado que vêm suportando;


Como vê, Senhor Primeiro Ministro, a arte da governação vai muito mais além do betão ou do anúncio repetitivo e escandaloso de projectos na Televisão e Rádio do Estado.


A governação do país não vai bem e a nação caminha para uma crise económica sem precedentes na sua história, com o desemprego a aumentar; as conquistas nos domínios sociais com tendência para recuos, o agravamento das desigualdades sociais, dificuldades no acesso a saúde e a educação.


Senhor Presidente da Assembleia Nacional,
Senhor Primeiro Ministro
Senhoras e Senhores Deputados,
Senhores Membros do Governo,

O mundo está a viver, de facto, uma profunda crise financeira internacioal que não pode ser ignorada. Mas no caos de Cabo Verde, os seus efeitos são agravados porque ela veio aprofundar e reforçar as vulnerabilidades do país face a sucessivos erros desta governação.

Que, em vez de aproveitar a crise para qualificar o país, o governo utiliza a crise como desculpa para justificar os erros da sua falta de politica económica e social.

A política económica deste governo está intimamente ligada ao seu profundo pensamento de base, ao seu ADN: ideológico: tudo pelo estado e contra o particular; tudo, pelo controlo e dependência das pessoas, das familias e das empresas; tudo pelo Partido e pelas clientelas partidárias, contra a igualdade de oportunidades e de tratamento para todos.

Foi este governo que disse que prefere salvar a tesouraria do Estado em vez das empresas, esquecendo-se que as empresas é que pagam impostos, criam emprego e criam riqueza. O resultado esta ai: dificuldades de tesouraria do Estado.


É tempo, Senhor Primeiro-Ministro, de prestar contas ao país com verdade e de assumir responsabilidades pelo sucesso e insucesso da economia cabo-verdiana. O governo está a mudar o discurso consoante as situações, mas de politica económica errada não muda.

Como já tivemos oportunidade de afirmar neste Parlamento, as opções económicas deste Governo levaram o país para uma economia essencialmente suportada pelo turismo.

A indústria ligeira, o gateway, hub foram miraculosamente esquecidos, o que demonstra que o governo não tinha e nem tem opções económicas capazes de fazer a economia funcionar. Houve um falhanço completo na diversificação da economia nacional e na criação da base exportadora nacional.


O crescimento a dois dígitos e o desemprego a um dígito tornaram-se uma miragem porque o Governo não conseguiu diversificar a economia, criar o cluster do turismo e melhorar o ambiente de negócios para as empresas.

Cabo Verde está numa situação económica difícil devido a um governo sem ideias e sem capacidade de motivar a nação e introduzir inovação na actividade governativa.

O relatório do banco mundial “ doing business” prova claramente que o governo não reforma, mas faz propaganda, não inova, mas repete processos sem solução adequada.

O governo falhou na reforma da Administração Pública, na reforma do sector da energia, falhou na promoção de micro, pequenas e medias, empresas, falhou na diversificação da economia do país, falhou na estabilidade dos preços, falhou na reforma do mercado de trabalho e falhou na politica fiscal.

Como consequência temos uma diminuição da actividade económica, diminuição do investimento, aumento do desemprego, perda de poder de compra das famílias, perda de competitividade das empresas, dificuldade no acesso ao credito, redução das exportações, degradação de indicadores sociais, empresas em grandes dificuldades e famílias a sofrerem na pele o flagelo do desemprego.

Esta é a realidade económica e social de cabo verde, SR Primeiro Ministro !
Não há propaganda que esconda essa realidade.

A realidade económica é hoje extremamente difícil porque o governo não preparou o país, nem o destino turístico Cabo Verde, para aproveitar as oportunidades em tempos de bonança e aguentar o choque em tempos de crise.

O sector do turismo esta em queda, devido não só a crise internacional mas acima de tudo a um ambiente institucional hostil ás empresas, falta de coordenação estratégica entre os diferentes actores, custos de factores elevados e á falta de cooperação entre os poderes central e local. O exemplo da Ilha do Sal ilustra esta situação e demonstra a ausência de politicas deste Governo no sector do turismo.

O Governo, em vez de promover uma verdadeira politica de turismo, de apoio ás empresas, de formação e aproveitar as oportunidades, portou-se como um especulador de terrenos.

Por isso, o MpD afirma e insiste que hoje em Cabo Verde não existe uma verdadeira política de turismo, porque não existem metas para o sector, não existe um plano de negócios do sector, não existe liderança institucional. Existe sim especulação a volta dos terrenos e guerrilhas com as câmaras municipais para a posse dos terrenos.

A politica económica deve estar ao serviço da economia real, do crescimento económico, da competitividade das empresas, da internacionalização da empresas e do mercado nacional, da promoção do desenvolvimento das ilhas, da unificação do mercado nacional e na defesa intransigente dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. O MPD entende que esses devem ser os objectivos da política económica e é nesta óptica que deve ser feita a avaliação.

A politica orçamental é feita pelo lado do aumento de receitas, da deterioração da competitividade das empresas, perda de poder de compra das famílias e desorçamentação da divida pública.

Estamos a assistir neste momento a uma verdadeira caça às empresas. O governo tem criado dificuldades de tesouraria às empresas de uma forma irresponsável. O estado neste momento, congela as contas das empresas e dos empresários sem atender ao contraditório, tudo numa lógica de arrecadar receitas, em vez de promover a competitividade da economia.

Esta opção do governo na defesa cega do Estado contra os interesses legítimos do cidadão é contrária às liberdades individuais e á liberdade económica garantidas na Constituição da Republica. É um Estado pesado, gordo que quer controlar e sufocar as empresas e os cidadãos em vez de deixar a sociedade respirar e as empresas crescerem e criarem riquezas.

O Governo assume dívidas das empresas públicas e nenhuma é contabilizada. As empresas públicas endividam-se, os contribuintes pagam e o governo não assume as suas responsabilidades. A situação económica difícil e de falência técnica de algumas empresas públicas têm, incontestavelmente, um responsável: o Governo de Cabo Verde.

A propalada redução dos impostos, por este Governo, é compensada com a taxa de manutenção rodoviária, as altas taxas de justiça, imposto de selo, os escandalosos custos dos actos notariais e outras taxas. É uma opção ideológica do Governo, que respeitamos mas com a qual não estamos de acordo. Tudo é feito para que o Estado não perca e aumente receitas, mesmo que, para isso, empresas caiam em falência, despeçam trabalhadores e o tecido empresarial nacional morra.
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A política económica e social devia estar ao serviço dos grandes objectivos definidos por este Governo: crescimento económico de dois dígitos e desemprego de um dígito. E neste particular o falhanço do Governo e ausência de resultados é evidente. Assistimos a um aumento do desemprego, principalmente entre os jovens, com uma taxa superior a 30% e um aumento acentuado do desemprego nos centros urbanos. Temos, neste momento, um governo a fazer publicidade de infra-estruturas e o país a deparar-se com graves problemas estruturais que se agravaram nos últimos anos.
Um governo que não consegue combater o desemprego é um governo sem resultados.

O País depara-se com uma Administração Pública ineficiente, uma justiça morosa, carga fiscal efectiva elevada, sistema fiscal complicado e pouco amigo da competitividade, parafiscalidade elevada e que atrapalha as empresas, parcerias públicas privadas pouco transparentes e de duvidosa eficácia. Estes são os resultados da política económica do governo e da ausência da Reforma do Estado.

Com este ambiente de negócios criado por este Governo não é possível ser produtivo, competitivo, fomentar a exportação e atrair os melhores investidores para o nosso mercado. A política económica deve também servir para a densificação do tecido empresarial Nacional. Para isso é preciso dar ao mercado, custos de factores baixos e um ambiente de negócios amigo das empresas:

A política económica deve estar ao serviço da promoção de investimentos públicos prioritários e de despesas de qualidade. Os investimentos públicos devem ser muito bem medidos e executados de acordo com as prioridades nacionais. A sua rentabilidade deve ser cuidadosamente estudada e o equilíbrio regional defendido. Mas não é o que tem acontecido com este governo.

Como é possível gastar milhões de contos em infra-estruturas de duvidosa rentabilidade e não se resolver definitivamente a questão da energia e água, dos transportes, da justiça, da segurança, do ambiente de negócios e dos custos de factores.
Hoje, em Cabo Verde, os investimentos públicos têm seguido uma lógica de aproveitar as oportunidades de negócios para alguns, ir atrás de empréstimos externos concedidos apenas na lógica da internacionalização das empresas dos países que concedem tais empréstimos e não na análise criteriosa dos custos e benefícios e das prioridades do desenvolvimento Nacional.




Senhor Presidente da Assembleia Nacional,
Senhor Primeiro-Ministro
Senhoras e Senhores Deputados,
Senhores Membros do Governo,

A política económica deve estar ao serviço do combate á crise. Até hoje não se conhecem medidas palpáveis propostas pelo governo para combater a crise.

Senhor Primeiro-Ministro! onde estão as vinte medidas que anunciou com pompa e circunstância neste Parlamento???
Com as medidas anunciadas e não concretizadas o Governo tinha um único propósito: manipular as expectativas e distribuir de forma discricionária a riqueza nacional.

As últimas previsões do FMI sobre a economia de Cabo Verde demonstram isso mesmo. Crescimento de 3,5%, défice orçamental de 9%.

Números muito maus para quem blindou o país contra a crise.

O país precisa de um novo paradigma na política económica. Que coloque o país noutro patamar de desenvolvimento. Estamos a caminhar perigosamente para o mais baixo crescimento de Cabo Verde democrático, é preciso alterar o rumo.
O modelo económico existente esta esgotado e o governo esta sem capacidade para o alterar.
É preciso uma estratégia de médio e longo prazo mobilizadora da Nação e que reduza as vulnerabilidades.
É preciso mudar completamente a filosofia da política fiscal. É preciso não só reduzir os impostos, mas diminuir os números de escalões do IUR, extinguir alguns impostos, isenções e regimes especiais, rever completamente a parafiscalidade, simplificar a legislação, reduzir os benefícios e mudar a filosofia de redistribuição de rendimento.

O Estado da Nação comprova que este é o Governo mais fraco que a memória do país regista, porque se trata de um Governo de expedientes, sem políticas e sem resultados.
Um Governo que navega à vista, sem rumo e sem visão estratégica. Um governo de mínimos.
Um governo de orientação ideológica monolítica, omnipresente, que engorda o Estado e retira das famílias e das empresas as suas capacidades empreendedoras.

É preciso mudar o rumo da governação de Cabo Verde e imprimir uma nova visão estratégica no desenvolvimento do nosso Pais.

O MPD esta preparado para, com a Nação, construir e liderar essa nova MUDANÇA. Muito obrigado a todos!

Assembleia Nacional, 29 de Julho de 2009

Que papel para as juventudes partidárias?



Em todo o mundo, em África, passando pela Europa e América Latina, quase todos os partidos têm nas suas estruturas, uma organização de jovens, seja de matriz esquerdista ou de ideologia liberal.


Em Cabo Verde, tirando o período de partido único, onde a JAAC-CV era a única organização representativa da juventude com forte peso no aparelho e na administração do Estado, há duas grandes organizações de juventude partidária: a JPAI, estrutura juvenil do PAICV e JPD, afecta ao MpD. Aliás, ambas neste momento são lideradas por dois amigos do Fogo, Nuías Silva e Miguel Monteiro, respectivamente, também eles, antigos dirigentes estudantis em Portugal.

Este tema desperta-me sempre interesse, pelo facto de ser jovem, de ter sido Presidente da Juventude para a democracia (2000-2003) e de ser um convicto defensor da renovação do meu partido, o MpD. Efectivamente, a minha experiência na JpD foi muito importante para o meu processo de amadurecimento político e de formação da minha personalidade e sugiro a todos os jovens interessados em servir o seu país, a entrarem para as fileiras das “jotas”. Com isto, não quero reduzir a participação política dos jovens às organizações partidárias, pois entendo que há sempre espaços de participação cívica e política da sociedade civil.

Assiste-se, hoje, quase por todo o mundo, a uma descrença dos jovens em relação aos partidos às instituições democráticas. A confiança nos sistemas partidários é cada vez menor junto das camadas mais jovens. Se na década de sessenta e setenta o ideal era a libertação da dominação colonial e a luta pela independência nacional, ou pela democracia nos finais da década de noventa, onde se assistia ao esgotamento do regime monopartidário, hoje os cabo-verdianos apresentam outras ambições e sonhos.

Cabo Verde cresceu muito nos últimos vinte anos. Há cada vez mais jovens com o 12º ano e com o ensino superior, concluído no país e no estrangeiro. As exigências são cada vez maiores. O ideal é da realização individual e da afirmação no mercado global competitivo. As Juventudes Partidárias devem poder reflectir nas suas acções e discursos a grande preocupação dos jovens, que é a sua integração socio-económica e cultural. As “Jotas” devem colocar as grandes questões da juventude no centro da agenda política, nomeadamente a educação e a formação profissional, o desemprego, a integração no mercado de trabalho, a toxicodependência, o alcoolismo, etc. É desta forma que ganham credibilidade junto dos jovens e da sociedade, também ela atenta à forma de fazer política dos nossos actores juvenis.

As “Jotas” devem ser muito mais que simples “cola-cartazes”, constituindo- se em consciências críticas dos partidos. É preciso rejeitar o rótulo de simples caixas de ressonâncias dos partidos e posicionar-se de forma responsável ao lado dos problemas sociais que afectam a juventude. É essencial que os partidos percebam que as suas organizações de jovens não podem continuar a ser meros mobilizadores dos jovens em períodos eleitorais e de grandes manifestações com interesse político. Salvaguardando a linha ideológica dos partidos as JPs devem exercer de forma livre a sua autonomia de pensamento e de acção.

As Juventudes Partidárias podem e devem ser espaços de promoção da cidadania. O espírito que deve nortear a nossa participação nas JPs deve ser o de servir a nossa comunidade. A atitude carreirista pode perigar o genuíno propósito e vocação das “jotas”. O país precisa cada vez mais de jovens com desprendimento e vontade em contribuir para o seu desenvolvimento.

As Juventudes Partidárias devem assumir-se como espaços de renovação permanente dos partidos. É o que se exige à JpD neste momento importante da vida do MpD. O partido deve criar os espaços necessários de debate e de integração política dos jovens, num permanente diálogo geracional. À JpD deve ser dada oportunidade de participar activamente no programa eleitoral do partido para as legislativas de 2011, propondo soluções consistentes e estratégicas em áreas cruciais para o futuro dos jovens cabo-verdianos, nomeadamente no sistema de educação-formação e nas políticas de combate ao desemprego e exclusão social.

JpD REALIZA CONFERÊNCIA: “HIV-SIDA E O S MALEFÍCIOS NA SOCIEDADE”


Divulgar os valores políticos, os conceitos como ética, família, cidadania e amizade, juntos dos jovens e da sociedade em geral, é um dos objectivos desta acção que “alertará os jovens para os malefícios que...

Assomada, 01 Agosto- “HIV-SIDA e o s malefícios na sociedade” é o tema de uma conferência, a ter lugar, esta tarde, na universidade de Santiago, cidade de Assomada.

A iniciativa é da JpD, em parceria com a associação esperança e o grupo de estudantes Cabo-verdianos de São Tomé.

Divulgar os valores políticos, os conceitos como ética, família, cidadania e amizade, juntos dos jovens e da sociedade em geral, é um dos objectivos desta acção que “alertará os jovens para os malefícios que a juventude cabo-verdiana enfrenta, neste mundo cada vez mais global”.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Mensagem do Presidente - Miguel Monteiro


A JpD – Juventude para a Democracia, é um desafio iniciado a 19 e 20 de Setembro na IV Convenção. Muitos são os constrangimentos sentidos, mas consideramos que no final os principais objectivos serão atingidos. E quais são esses objectivos?


Essencialmente os seguintes:



1.º Efectuar a (re) organização das diversas estruturas concelhias da JpD;
2.º Aumentar a capacidade de angariar e gerir os fundos necessários à prossecução das suas actividades;
3.º Promoção de uma agenda política independente da agenda política de outros intervenientes nacionais;
4.º Revitalizar as relações internacionais da JpD, nomeadamente, ao nível das Juventudes da família partidária internacional (IDC – Internacional Democrata do Centro).

Aqui consideramos importante aprofundar o 3.º ponto. Pretendemos dinamizar uma agenda política, onde os interesses dos jovens estarão acima de tudo.


Questões como o alargamento da escolaridade mínima obrigatória, a priorização da educação nos Orçamentos do Estado, o aumento da oferta de ensino técnico-profissional, a massificação do acesso às novas tecnologias, a integração dos quadros recém-formados, o acesso à habitação, a prevenção e combate à droga, entre outras questões que afligem a camada jovem, terão um espaço próprio de discussão e aprimoramento de propostas.

Não temos de esperar que estes assuntos sejam debatidos na Assembleia Nacional, ou sejam referidos pelo 1.º Ministro, para que a JpD tenha ”autorização” para reflectir sobre eles, e assim abordar a comunicação social anunciando a nossa posição.

Não queremos ser uma mera “caixa de ressonância” do partido. Consideramos ter o potencial e as capacidades necessárias para mostrar ao partido o caminho que os jovens recomendam.

Queremos sim, uma Jota com voz activa na sociedade, uma Jota que se levanta perante todas as questões que afligem a juventude. Para tal a JpD terá que ser autónoma nos seus temas e propostas. Mas mais do que ser autónoma, terá que ser um jota presente, interventiva, persistente e obstinada a conseguir os seus objectivos.

Nesse sentido, somos a favor de um debate regular dos problemas por que passa a juventude, com indicação de um leque de propostas concretas que serão lançadas na sociedade e perseguidas até à sua realização.

Só assim teremos uma Jota activa, interventiva e credível. Juntos e só juntos venceremos!

JPD empossa coordenador concelhio em Tarrafal de São Nicolau.




O novo coordenador da JPD em Tarrafal de São Nicolau, Elton Sequeira, foi empossado este fim de semana, pelo Vice-presidente da JPD e Deputado Nacional Nelson Brito.

A Cerimonia contou com as honrosas presenças do Presidente do Partido, Eng. Jorge Santos e do líder parlamentar Dr. Fernando Elísio.

Com mais este passo A Juventude para Democracia, reafirma a sua luta para melhores condições de vida e dignidade, que deve ser abrangente a todos os jovens a nível nacional, pelo que vem organizando as suas estruturas de modo a estar perto em todos os 22 municípios do país.

domingo, 5 de abril de 2009

JpD acusa governo de “ludibriar” jovens com mudanças no “Incentivo à Habitação”




A Juventude para a Democracia (JpD) acusa o governo de alterar o Artigo 34º do Orçamento Geral do Estado para 2009 para prejudicar os jovens que querem adquirir habitação própria. Os dirigentes da jota ventoinha explicitam que o executivo de José Maria Neves mexeu no limite máximo de sete mil contos para cinco mil contos para os mais novos beneficiarem de 50% de isenção na hora inscrever a propriedade.
O dirigente Nuno Furtado afirma que a JpD vai denunciar hoje “uma manobra do governo de alterar o limite do custo” das habitações contempladas com o direito à metade de isenção na hora de fazer o registo e pagar outras taxas. Na verdade, pontua Furtado, “todos os jovens com idade não superior a 35 anos ou o casal, cuja soma de idade é inferior a 70 anos, teriam direito a esse incentivo se comprar ou construir uma habitação de preço igual ou inferior a sete mil contos”.
Entretanto, a JpD diz o governo “cometeu um erro propositado” no artigo 34º do Orçamento de Estado para o ano de 2009 referente ao Incentivo à habitação, publicado no Boletim Oficial de 29 de Dezembro de 2008. O citado artigo estabelece esse limite máximo em cinco mil contos. Ou seja, quem adquirir um apartamento ou construir uma casa superior a esse valor terá de pagar todas as taxas, de forma integral.
Esse incentivo à habitação jovem, anota Nuno Furtado, resultou de “uma longa negociação no parlamento, a partir de uma proposta da bancada do MpD, pelo que temos de condenar essa alteração de dois mil contos relativo ao montante acordado”. Aliás, a JpD vai denunciar “essa manobra” esta terça-feira porque consideram “tudo isso uma tentativa de angariar mais receitas” para o Estado.